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Hipertensão Arterial: Entendendo e Controlando a Pressão Alta

  • Foto do escritor: Gabriel Loureiro
    Gabriel Loureiro
  • 24 de ago.
  • 9 min de leitura

Atualizado: 11 de out.

Olá! Se você está lendo isso, provavelmente já ouviu falar sobre pressão arterial alta, ou hipertensão, como chamamos no mundo médico. É uma condição silenciosa que afeta milhões de brasileiros, mas que pode ser gerenciada com os cuidados certos. Neste artigo, baseado na mais recente Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2025, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, vamos falar de forma clara e direta, sem complicações. O foco é você, paciente: o que fazer, por quê e como viver melhor. Vamos por partes?


Você vai ver aqui:

1. Por Que Ficar de Olho e Tratar a Pressão Alta Cedo?

2. As Novas Metas de Pressão: O Que Mudou e Por Quê?

3. Mudanças Simples no Dia a Dia: Os Pilares Além dos Remédios

4. Quando os Remédios Entram em Cena: Como Funcionam?

5. Medindo Direito: O Papel das Medidas em Casa e do Exame de 24 Horas

6. E Agora, Sou Hipertenso? O Que Fazer Todo Ano?

7. Pressão Alta Teimosa: O Que Fazer Quando Nada Abaixa?

8. Hipertensão em Grupos Especiais: Cuidados Personalizados

9. Atenção: Quando Correr para o Pronto-Socorro?

10. Quais os diferenciais do Dr. Gabriel Loureiro no tratamento da hipertensão?

11. A Hipertensão Pode Ser Reversível?



1. Por Que Ficar de Olho e Tratar a Pressão Alta Cedo?


Medição de pressão arterial

Imagine a pressão arterial como a força que o sangue exerce nas paredes dos vasos. Quando ela fica elevada por muito tempo, é como um martelo batendo sem parar, danificando o corpo aos poucos. Isso aumenta o risco de derrame cerebral (o famoso AVC), problemas de memória e raciocínio (como esquecimentos ou dificuldade para se concentrar) e doenças do coração e dos vasos sanguíneos, como infarto ou enfraquecimento do coração.

O bom é que rastrear – medindo a pressão regularmente – e tratar logo faz uma grande diferença. Estudos mostram que isso pode reduzir esses riscos em até 30-40%, evitando idas ao hospital e ajudando você a curtir mais anos com saúde e energia. Não espere os sinais aparecerem; a prevenção é o melhor remédio.


Riscos da pressão alta:


- Ataque cardíaco e derrame: A pressão alta é um fator principal para infarto e AVC, podendo aumentar as chances dessas condições.


- Problemas nos rins: Pode causar cicatrizes no tecido renal, prejudicando a filtragem do sangue e o controle de fluidos.


- Insuficiência cardíaca: Com o tempo, o coração pode enfraquecer, levando a falhas no bombeamento.


Quanto mais tempo você vive com pressão alta, maior o risco de derrame, especialmente se não for controlada.


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2. As Novas Metas de Pressão: O Que Mudou e Por Quê?


Uma das grandes novidades da diretriz de 2025 é como definimos e tratamos a pressão alta. Antes, considerávamos pré-hipertensão só acima de 130/90 mmHg. Agora, classificamos como pressão elevada (pré-hipertensão) a partir de 120/80mmHg (o famoso 12 por 8), com a hipertensão em si, definida a partir de 140/90 mmHg. O tratamento medicamentoso é recomendado para todos com PA acima de 140/90 desde o início.


Para a maioria dos pacientes com pré-hipertensão (PA sistólica entre 120 e 139 e diastólica entre 80-89), são recomendadas apenas mudanças de estilo de vida e vigilância constante, sem uso de remédios.


Contudo, se a pressão está entre 130-139 e/ou a diastólica entre 80-89 é necessário passar em consulta e fazer uma avaliação de risco cardiovascular. O que é isso? Uma consulta médica (preferencialmente com um cardiologista) que analisará seu histórico de saúde e exames para verificar outros fatores de risco cardiovascular (ex: sobrepeso, presença de diabetes, colesterol elevado) e estimar seu risco de doenças cardiovasculares futuras. Há diversas calculadoras que fazem esta análise. Caso se conclua que você tem uma condição chamada alto risco cardiovascular, caso você não melhore a pressão com 3 meses de medidas não medicamentosas, deve iniciar medicações também, pois há evidências de redução de AVCs e outros eventos cardiovasculares.

Para os pacientes que já tratam a hipertensão, ficar abaixo de 130/80mmHg é o alvo!


Claro, há debates: alguns médicos temem que metas mais baixas possam sobrecarregar idosos ou pessoas frágeis com remédios desnecessários, levando a quedas ou outros problemas. Mas a ciência apoia a mudança – pesquisas comprovam que manter a pressão abaixo de 130/80 mmHg corta em 20-25% os casos de AVC e infarto, sem elevar riscos de efeitos colaterais graves, principalmente em adultos mais jovens. O ganho? Prevenção real, com vidas salvas e menos sequelas!


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3. Mudanças Simples no Dia a Dia: Os Pilares Além dos Remédios


A diretriz destaca medidas não medicamentosas como base do tratamento. Os pilares são:


- Alimentação: Adote a dieta DASH, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e baixa em gorduras saturadas. Aumente potássio e magnésio de fontes naturais.


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- Reduza o sal: Limite o sódio para ajudar a baixar a pressão – evite processados e use menos sal na mesa.


- Exercícios: Pratique atividades regulares, como caminhada, por pelo menos 30 minutos por dia, 5 dias na semana.


- Perda de peso: Perder até 3-10% do peso corporal pode reduzir a pressão, especialmente se você estiver acima do peso. Surpreendentemente, muitos pacientes obesos que realizam cirurgia bariátrica, deixam de precisar de remédios. O mesmo fenômeno também tem ocorrido com as medicações modernas de tratamento da obesidade.


- Sono: Durma pelo menos 7-8 horas por noite – sono insuficiente pode elevar a pressão.


- Estresse: Pratique técnicas como meditação ou ioga para gerenciar o estresse diário.


  • Não fume e limite álcool a no máximo 1-2 doses por dia.


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Essas mudanças podem baixar a pressão em 5 a 20 mmHg sozinhas, reduzindo a necessidade de remédios em até 30% dos casos. Mais que isso, elas fortalecem o coração, melhoram o humor e previnem outros problemas. Comece devagar – uma caminhada diária já faz milagres!


Caminhadas e hipertensão


4. Quando os Remédios Entram em Cena: Como Funcionam?


Se as mudanças no estilo de vida não bastarem, os remédios são aliados poderosos. As opções de primeira linha incluem várias classes, geralmente combinadas em doses baixas para resultados rápidos e menos efeitos colaterais. Aqui vão as principais:



  • Relaxantes dos vasos sanguíneos (bloqueadores de canais de cálcio, como anlodipino): Ajudam a dilatar os vasos para o sangue fluir melhor.


  • Controladores de hormônios que apertam os vasos (inibidores da enzima conversora de angiotensina, como enalapril, ou bloqueadores de receptores de angiotensina, como losartana): Bloqueiam substâncias que elevam a pressão.


  • Eliminadores de excesso de líquido (diuréticos, como hidroclorotiazida): Reduzem o volume de sangue, aliviando a pressão.


O segredo é ajustar as doses aos poucos, até chegar na meta de pressão. Monitore como se sente e marque consultas regulares – um cardiologista experiente vai reavaliar tudo a cada 3 meses, se preciso, para refinar o plano. Paciência: o controle vem com o tempo, e vale cada passo.


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5. Medindo Direito: O Papel das Medidas em Casa e do Exame de 24 Horas


Às vezes, a pressão sobe só no consultório, por ansiedade – chamamos isso de "hipertensão do jaleco branco". É comum e inofensiva, mas pode levar a tratamentos errados. Por isso, meça em casa diariamente, em horários fixos, com um aparelho confiável.


O MAPA - exame de monitoramento ambulatorial de 24 horas (que registra a pressão o dia todo) é ideal: ele captura variações reais. Ajuda a confirmar se a hipertensão é verdadeira, evita remédios desnecessários e guia ajustes precisos no tratamento, reduzindo riscos de super ou subcontrole. Peça ao seu médico para indicar.


A Pressão Pode Estar Elevada Sem Significar Hipertensão?


Nem toda elevação na pressão significa hipertensão crônica. Às vezes, é temporária e não indica a doença. Por exemplo:


- Causas temporárias: Estresse, ansiedade, luto, cafeína, exercício recente, dor intensa (ex: dor de cabeça) ou "hipertensão do jaleco branco" (ansiedade no consultório) podem elevar a pressão momentaneamente, sem ser crônica.


Se as leituras forem consistentes acima de 130/80, procure um médico para avaliação.



6. E Agora, Sou Hipertenso? O Que Fazer Todo Ano?


Descobriu que tem pressão alta? Calma, é gerenciável. Anualmente, faça exames para checar se há danos em órgãos como coração, rins, olhos e cérebro:


  • Eletrocardiograma (para o ritmo cardíaco).

  • Ecocardiograma (ultrassom do coração).

  • Análise de urina (para proteína).

  • Teste de creatinina (função renal).

  • Exame do fundo do olho.

  • Dosagens de colesterol e glicose.


Além disso, avalie com um cardiologista seu risco cardiovascular global – considerando idade, se fuma, histórico familiar e mais. Isso personaliza o cuidado e previne surpresas como infarto ou AVC.


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7. Pressão Alta Teimosa: O Que Fazer Quando Nada Abaixa?


Caso você esteja pensando em um caso pontual em que sua pressão geralmente é controlada, você sentiu uma dor de cabeça ou um estresse, mediu a pressão e a notou elevada, não se desespere: a primeira medida é o controle da causa - tomar um analgésico simples para a dor, como uma dipirona ou paracetamol, relaxar e esperar baixar é a melhor coisa. Momentos de dor não são ideais para se aliviar a pressão, pois a elevação é uma resposta natural do organismo.


Agora se a pressão é constantemente alta e não baixa com três remédios diferentes (incluindo um para eliminar líquido), pode ser hipertensão resistente. Aqui, deve-se combinar quatro ou mais medicamentos, ajustando doses com cuidado. Não hesite: também se deve marcar consulta com um especialista em hipertensão para investigar causas escondidas, como apneia do sono, problemas nos rins ou desequilíbrios hormonais. Tratar a raiz resolve muito e evita danos graves.


Pacientes que iniciam a hipertensão com menos de 30 anos ou mais de 70 anos também devem ser investigados para causas secundárias. Uma avaliação com um especialista é essencial para não deixar passar nada.



8. Hipertensão em Grupos Especiais: Cuidados Personalizados


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Nem todo mundo é igual, e a diretriz ajusta o plano para quem precisa. Aqui vão as particularidades principais:


  • Idosos acima de 80 anos: Até certo tempo atrás acreditava-se que deveria ser tolerada uma pressão mais alta, mas estudos recentes mostram que baixar a PA para a meta de <130/80 ajuda a prevenir mortes nesses pacientes, a menos que o paciente seja muito frágil (nesse caso, pode ter meta de PA individualizada). A titulação deve ser cuidadosa para evitar tonturas e quedas, com remédios suaves e monitoramento de equilíbrio.


  • Mulheres grávidas: Usam opções seguras como metildopa, monitorando o bebê de perto para evitar complicações.


  • Pessoas com diabetes: Visam manter pressão abaixo de 130/80 mmHg, priorizando remédios que protegem os rins, como inibidores da enzima conversora de angiotensina.


  • Pacientes com doença renal crônica: Combinam diuréticos, mas com doses adaptadas à função renal, evitando acúmulo de toxinas.


  • Quem tem artérias coronárias entupidas ou coração fraco: Betabloqueadores e relaxantes de vasos são pilares, protegendo o músculo cardíaco e reduzindo o esforço.


Sempre converse com seu médico para o tratamento ideal.



9. Atenção: Quando Correr para o Pronto-Socorro?


A maioria das vezes, a pressão alta é quieta, mas emergências acontecem. Se ultrapassar 180/120 mmHg e vier com dor de cabeça intensa, visão embaçada, dor no peito, falta de ar ou confusão mental, vá ao pronto-socorro agora – pode ser um alerta para derrame ou dano a órgãos.


Já para pressão alta crônica sem sintomas agudos (mal-controle persistente), não é urgência: otimize remédios e hábitos, meça em casa e marque consulta cardiológica para ajustes. Evite o caos do PS; o cardiologista resolve no passo a passo.


Dor de cabeça

Artigo baseado na Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2025, da Sociedade Brasileira de Cardiologia



10. Quais os Diferenciais do Dr. Gabriel Loureiro no Tratamento da Hipertensão?


O tratamento da hipertensão frequentemente começa com um médico de família ou clínico geral, principalmente na saúde pública, mas para casos mais complexos, um especialista é essencial.


- Cardiologista: Ideal para investigação do risco cardiovascular (fator que pode intensificar as metas de controle pressórico) e para monitorar os efeitos da hipertensão relacionados ao coração, especialmente se houver riscos cardíacos ou necessidade de ajustes avançados.


- Nefrologista: Se houver problemas renais associados.


Comece com um check-up no cardiologista se suspeitar de pressão alta – podemos avaliar seu coração e prescrever o melhor plano.


Dr. Gabriel Loureiro
Dr. Gabriel Loureiro é cardiologista em São Paulo - SP, e dedica-se a cuidar detalhadamente da pressão alta, com ajustes de remédios, triagem de risco e orientações de estilo de vida. Acompanha remotamente os pacientes enquanto ajusta as medicações até atingir a pressão ideal.
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Importância de Avaliar Tolerância e Ajustar as Medicações


Tomar remédios para hipertensão nem sempre é simples. Algumas pessoas têm intolerância a certos medicamentos, o que pode afetar a adesão ao tratamento. É crucial:


- Avaliar efeitos colaterais: Medicamentos podem causar problemas que interferem na qualidade de vida, como fadiga, tontura ou outros sintomas.


- Ajustes personalizados: Para hipertensão resistente (não controlada com vários remédios), é necessário ajuste de doses ou combinações, considerando causas subjacentes.


É importante conversar com o cardiologista durante o tratamento – ajustes podem fazer toda a diferença e é importante que o médico seja acessível para ajustar o tratamento, mesmo antes da próxima consulta.


11. A Hipertensão Pode Ser Reversível?


A hipertensão primária (a mais comum, sem causa específica) não pode ser completamente curada, mas pode ser controlada e, em alguns casos, revertida com mudanças.


- Controlável, não curável: Com remédios e estilo de vida, você pode baixar a pressão para níveis normais. Em casos iniciais, com mudanças drásticas de estilo de vida, um hipertenso pode até controlar sua pressão sem medicações.


- Reversível em casos secundários: Se causada por condições tratáveis (como desequilíbrios hormonais), sim.


O foco é no gerenciamento contínuo para evitar complicações.




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Horários de atendimento:

Segundas e quartas: 19:00 às 21:00

Sextas: 15:00 às 18:00

Dr. Gabriel de Jesus da Fonseca Loureiro

Dr. Gabriel Loureiro é cardiologista formado pelo InCor-HCFMUSP e especialista em métodos gráficos em cardiologia. Trabalha como diarista da UTI Cardiológica do InCor, no setor de exames cardiológicos do Hospital Sírio-Libanês e na unidade coronariana intensiva do hospital BP Mirante. Realiza atendimentos presenciais em São Paulo-SP e teleconsultas.

Endereço

Av. Paulista, 2064 - 21º andar - Bela Vista, São Paulo - SP.

© 2025 por Dr. Gabriel Loureiro.

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